O cache de chamadas de API é uma técnica essencial que pode reduzir drasticamente o tempo de resposta do seu site, diminuir a carga nos servidores e economizar em custos de API, especialmente quando você faz requisições frequentes aos mesmos endpoints.
Implementar um sistema de cache para suas chamadas de API não só melhora a performance, mas também protege sua aplicação contra falhas temporárias nos serviços externos e reduz a dependência de conexões de rede estáveis, criando uma experiência mais fluida para seus usuários.
Conteúdos
O que é cache de API e por que você precisa implementá-lo
Cache de API é uma técnica que armazena temporariamente os resultados de requisições a serviços externos, permitindo que sua aplicação recupere esses dados localmente em vez de fazer novas chamadas ao servidor. Quando implementado corretamente, o cache pode:
- Reduzir o tempo de resposta em até 300% para dados frequentemente acessados
- Diminuir a quantidade de requisições enviadas para APIs externas (muitas vezes pagas por chamada)
- Manter sua aplicação funcionando mesmo durante interrupções temporárias da API
- Melhorar significativamente a experiência do usuário com carregamentos mais rápidos
Se seu site faz chamadas repetidas para os mesmos endpoints de API, você está desperdiçando recursos valiosos ao não implementar um sistema de cache.
Estratégias de cache para chamadas de API
Existem várias abordagens para implementar cache em suas chamadas de API, cada uma com seus próprios benefícios dependendo do seu caso de uso:
O cache no lado do cliente é ideal para dados que não mudam com frequência e são específicos para cada usuário:
- localStorage/sessionStorage: Simples de implementar, mas limitado em tamanho (geralmente 5-10MB)
- IndexedDB: Suporta armazenamento de grandes volumes de dados estruturados
- Cache API: Parte da API de Service Workers, perfeita para aplicações PWA
Exemplo básico usando localStorage:
function fetchWithCache(url, expirationInMinutes = 60) {
const cacheKey = `api_cache_${url}`;
const cachedData = localStorage.getItem(cacheKey);
if (cachedData) {
const { timestamp, data } = JSON.parse(cachedData);
const isValid = (Date.now() – timestamp) < (expirationInMinutes * 60 * 1000);
if (isValid) {
console.log(‘Usando dados em cache’);
return Promise.resolve(data);
}
}
return fetch(url)
.then(response => response.json())
.then(data => {
const cacheEntry = {
timestamp: Date.now(),
data
};
localStorage.setItem(cacheKey, JSON.stringify(cacheEntry));
return data;
});
}
2. Cache no servidor (Server-side)
O cache no servidor é mais robusto e adequado para dados compartilhados entre usuários:
- Redis: Armazenamento em memória extremamente rápido, ideal para cache distribuído
- Memcached: Alternativa leve e eficiente para caching simples
- Cache em banco de dados: Tabelas específicas para armazenar resultados de API
“Um sistema de cache bem implementado pode reduzir o tempo de resposta em até 1000x para operações frequentes. Isso não só economiza recursos computacionais, mas também melhora drasticamente a experiência do usuário.” – Martin Fowler, especialista em arquitetura de software
3. CDNs e cache de proxy
Para APIs públicas com alto volume de acesso, considere:
- CDNs: Serviços como Cloudflare ou AWS CloudFront que oferecem cache na borda
- API Gateways: Serviços como AWS API Gateway com recursos de cache integrados
- Proxies reversos: Nginx ou Varnish configurados para armazenar respostas de API
Implementando cache eficiente em sua aplicação
Para implementar um sistema de cache eficaz, siga estas práticas recomendadas:
1. Defina políticas de expiração adequadas
Diferentes tipos de dados precisam de diferentes tempos de expiração:
- Dados estáticos: Cache de longa duração (horas ou dias)
- Dados semi-dinâmicos: Cache de média duração (minutos a horas)
- Dados altamente dinâmicos: Cache de curta duração (segundos a minutos) ou nenhum cache
2. Implementando invalidação de cache
Além da expiração por tempo, você deve ter mecanismos para invalidar o cache quando necessário:
- Invalidação baseada em eventos: Limpe o cache quando ocorrerem alterações nos dados
- Invalidação seletiva: Atualize apenas as partes do cache afetadas por mudanças
- Estratégia stale-while-revalidate: Continue servindo dados antigos enquanto busca novos em segundo plano
Exemplo de implementação com stale-while-revalidate:
async function fetchWithSWR(url, maxAge = 3600) {
const cacheKey = `api_cache_${url}`;
const cachedResponse = localStorage.getItem(cacheKey);
if (cachedResponse) {
const { timestamp, data } = JSON.parse(cachedResponse);
const age = (Date.now() – timestamp) / 1000; // em segundos
// Se os dados ainda são “frescos”, use-os imediatamente
if (age < maxAge) {
return data;
}
// Se os dados estão “obsoletos”, inicie uma atualização em segundo plano
// mas retorne os dados existentes imediatamente
refreshCacheInBackground(url, cacheKey);
return data;
}
// Se não há cache, busque os dados normalmente
return await fetchAndCache(url, cacheKey);
}
“O cache é uma das otimizações mais eficazes em termos de custo-benefício que você pode implementar. Para cada dólar gasto em infraestrutura de cache, você economiza potencialmente dez em custos de processamento e largura de banda.” – Ilya Grigorik, Web Performance Engineer no Google
Ferramentas e bibliotecas para facilitar o cache de API
Você não precisa reinventar a roda. Existem excelentes bibliotecas que facilitam a implementação de cache:
Para JavaScript/Frontend:
- SWR: Biblioteca React para data fetching com stale-while-revalidate incorporado
- React Query: Gerenciamento de estado assíncrono com cache automático
- Apollo Client: Para GraphQL com recursos avançados de cache
- Axios + interceptors: Para implementar cache em cliente HTTP
Para Backend:
- Redis: O padrão da indústria para cache em memória
- node-cache: Solução simples para Node.js
- http-cache-middleware: Middleware para Express.js
- Laravel Cache: Sistema de cache para PHP
Monitorando e otimizando seu sistema de cache
Implementar cache é apenas o começo. Para maximizar os benefícios, você precisa:
- Monitorar a taxa de acertos (hit rate): Quanto maior, melhor o desempenho do seu cache
- Analisar padrões de uso: Identifique quais endpoints são mais acessados
- Ajustar tempos de expiração: Baseado em quão frequentemente os dados mudam
- Implementar pré-carregamento (preloading): Aqueça seu cache com dados frequentemente acessados
Uma boa prática é implementar logs para monitorar o comportamento do cache:
function logCacheStats(url, isCacheHit) {
const stats = JSON.parse(localStorage.getItem(‘cache_stats’) || ‘{}’);
if (!stats[url]) {
stats[url] = { hits: 0, misses: 0 };
}
if (isCacheHit) {
stats[url].hits++;
} else {
stats[url].misses++;
}
localStorage.setItem(‘cache_stats’, JSON.stringify(stats));
// Calcular taxa de acertos
const hitRate = stats[url].hits / (stats[url].hits + stats[url].misses) * 100;
console.log(`Cache hit rate para ${url}: ${hitRate.toFixed(2)}%`);
}
Considerações sobre segurança e privacidade
Ao implementar cache, lembre-se de considerar:
- Dados sensíveis: Nunca armazene em cache informações pessoais ou financeiras sem criptografia
- Tokens de autenticação: Tenha cuidado ao armazenar tokens em cache
- GDPR e outras regulamentações: Certifique-se de que seu cache esteja em conformidade com leis de privacidade
- Limpeza de cache: Implemente mecanismos para limpar dados obsoletos
Implementar um sistema de cache para suas chamadas de API é uma das otimizações mais impactantes que você pode fazer em seu site. Com as estratégias e ferramentas certas, você pode reduzir drasticamente os tempos de carregamento, economizar em custos de API e proporcionar uma experiência muito melhor para seus usuários.
Qual tipo de dados você está acessando mais frequentemente em suas APIs, e quais seriam os tempos de expiração ideais para seu caso específico?
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